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O novo coronavírus: o biomédico em situações de emergência em saúde pública

O Coronavírus é um grupo de vírus comum entre os animais e, ocasionalmente, pode ser transmitido a seres humanos, por isso, é considerado zoonótico.

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O Coronavírus é um grupo de vírus comum entre os animais e, ocasionalmente, pode ser transmitido a seres humanos, por isso, é considerado zoonótico. A maioria das infecções em humanos é causada por sorotipos de baixa patogenicidade (229E, NL63, OC43 e HKU1), levando ao desenvolvimento de sintomas semelhantes ao resfriado, podendo causar infecções graves em idosos e crianças. Outros dois tipos virais, altamente patogênicos, já tiveram destaques epidemiológicos, o SARS-CoV (causador da Síndrome Respiratória Aguda Grave) e MERS-CoV (causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio).

O novo Coronavírus (2019-nCoV) surgiu na China em 31 de dezembro de 2019. Segundo a OMS, milhares de casos já foram registrados em 18 países, com mais de mil mortes, o que tem mobilizado organismos internacionais e a comunidade científica na busca por respostas sobre prevenção, transmissão e tratamento. Naturalmente, muitas espécies de animais – incluindo camelos, gado, gatos e morcegos – podem ser reservatórios para o vírus. Acredita-se que a transmissão tenha ligação com trabalhadores de um grande mercado de frutos do mar e animais vivos, sugerindo que a disseminação ocorreu de animais para pessoas. No entanto, um número crescente de pacientes que, supostamente, não teve exposição ao mercado de animais indica a disseminação de pessoa para pessoa.

O período médio de incubação da infecção é de 5 a 12 dias, e a transmissibilidade é de 7 dias após o início dos sintomas. No entanto, dados preliminares sugerem que a transmissão possa ocorrer mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas. O espectro clínico da infecção é muito amplo, podendo variar de um simples resfriado até uma pneumonia severa, sendo os mais frequentes: febre, tosse, dificuldade para respirar, dor muscular, confusão, dor de cabeça, dor de garganta, rinorreia, dor no peito, diarreia, náusea e vômito.

O biomédico por formação é possuidor de um perfil profissional privilegiado para atuar em situações de emergência em saúde pública de importância nacional e mundial, tanto na pesquisa básica quanto nos serviços de diagnóstico e terapêutica. O diagnóstico laboratorial é baseado em técnicas de RT-PCR em amostras coletadas por aspiração de vias aéreas ou indução de escarro. Não há tratamento específico, sendo indicado repouso, consumo de bastante água e medicamentos para aliviar os sintomas. Assim que os primeiros sintomas surgirem, é fundamental procurar ajuda médica imediata para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento.

Prof. Wallace Pacienza Lima, PhD.

Docente da graduação em Biomedicina da Unigranrio

Membro do Núcleo Docente Estruturante (NDE)

Pós-doutor em Desenvolvimento de fármacos para tratamento de doenças negligenciadas e reemergentes.

 

Prof. Daniel Pereira Reynaldo

Coordenador de Biomedicina da Unigranrio – Escola de Ciências da Saúde (ECS)

Delegado da Seccional do Rio de Janeiro – Conselho Regional de Biomedicina (CRBM)

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